Mascote da Copa é um tatu-bola, animal que só existe no Brasil. Ação de caçadores deixa cada vez mais difícil encontrá-lo na natureza.
O mascote da Copa do Mundo, o Fuleco, é um tatu-bola, animal que só
existe no Brasil. Ele vive entre as áreas de cerrado e da caatinga, na
região Nordeste, e, por causa da ação de caçadores, está cada vez mais
difícil encontrá-lo na natureza. Nos últimos 10 anos, o número de
exemplares diminuiu pela metade, vítimas dos desmatamentos, das
queimadas e da caça. Tem até a receita para temperar o tatu.
Na divisa entre o Piauí e o Ceará, na Serra das Almas, integrantes da
Associação Caatinga tentam conscientizar a população para impedir a caça
ao tatu-bola.
A única forma de defesa do animal é fechar a carapaça em forma de bola,
quando se sente ameaçado. Isso o protege dos outros bichos da floresta,
mas não dos caçadores. “Ele estando fechado não tem quem abra. Nem a
onça”, diz Francisco da Silva, agricultor. Na caatinga, além do
tatu-bola, existem outras três espécies: o tatu-peba, o galinha e o
china.
Os guardas-parques da Associação Caatinga apreendem armadilhas de caça. Tem até uma espingarda com cartucho.
Impedir a caça e combater os desmatamentos são as metas dos
ambientalistas. Uma das ações para proteger as áreas que estão sendo
devastadas é o replantio da vegetação original. A Associação Caatinga
está criando mudas para incentivar o reflorestamento.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
órgão responsável pela preservação das espécies, aprovou recentemente um
plano nacional para a preservação do tatu-bola. Pelos dados do ICMBio, a
população desses animais foi reduzida em mais de 50% nos últimos 10
anos.
Em Pernambuco, há uma campanha para transformar uma parte da caatinga
ainda preservada no sertão, em Parque Estadual Tatu-Bola. "Considerando
que o tatu-bola é uma espécie em grave risco de extinção, se nada for
feito nesses próximos anos, nós iremos perder esta espécie para sempre,
ela vai ser varrida do mapa de todas as caatingas, um bioma
exclusivamente brasileiro", diz José Alves Siqueira, professor da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
Se os pesquisadores perderem o jogo decisivo, na tentativa de salvar a
espécie, o Fuleco vai ser lembrado no futuro, apenas como uma obra de
artesanato, entalhada na madeira.
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